[adrotate group="1"]

Com inversores centrais e string, TBEA prevê vendas de 1 GW no Brasil ainda em 2022

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
Compartilhar no telegram

A fonte solar já é a terceira maior em capacidade instalada na matriz elétrica brasileira, e ultrapassou 16 GW de energia solar instalada, com quase 6 GW sendo geradas em usinas de geração centralizada. Nestas usinas, os inversores mais representados são de topologia central, contando com 65% do volume acumulado sob contrato até março de 2022.

No entanto, os inversores string ganharam muito espaço. A sua participação avançou de 10% em 2019 para 38% em 2021, com um pequeno decréscimo em 2022 para 35%, de acordo com levantamento da consultoria Greener. Dos novos contratos fechados em 2021/2022, cerca de 39% foram de topologia string, comparado com 66% do ano anterior.

Nesta entrevista, o líder de Engenharia de Aplicação e Vendas para a América Latina da TBEA, Diogo Pugas, conversou com a pv magazine sobre as diferenças entre essas topologias, suas vantagens e desvantagens, e como a companhia atende demandas distintas com ambas as soluções.

A TBEA atualmente produz inversores string e inversores de centrais, assim como quase todos os fabricantes de inversores. A empresa começou a produzir inversores string apenas nos últimos anos. Quais foram os motivos dessa decisão?

Este entendimento está equivocado, uma vez que a TBEA produziu inversores string de 3kW até 100kW entre os anos de 2013 até 2016, porém o mercado de Geração Distribuída da China não estava aquecido. Posteriormente, com o crescimento da demanda de Geração Distribuída, houve a penetração de vários players de qualidade e eficiência discutíveis. No mesmo período a TBEA estava totalmente focada em produtos de alta eficiência e capacidade, nos distanciando da geração distribuída de pequeno porte. Porém, mantivemos os Inversores String de maior potência e eficiência, que são muito utilizados em projetos de geração centralizada e grandes plantas de Geração Distribuída.

Por fim, devido a fatores como mudança climática, interesse do mercado em reduzir a geração de energia através de combustíveis fósseis, o mercado de Geração Distribuída de pequeno porte vem se tornando cada vez mais promissor. Com isso, a TBEA decidiu voltar com a linha de Inversores string de pequeno porte a partir de 2023, sempre focados em equipamentos de alta eficiência.

A TBEA parou de produzir inversores string pra GD em 2016 e retomará essa linha em 2023. No caso dos inversores de maior porte, acima 100 kW, a companhia iniciou a fabricação em 2013 também? E desde então não interrompeu?

A TBEA seguiu trabalhando com inversores de 60kVA, 80kVA e 208kVA até 2020 e com a larga ocupação do mercado com fabricantes não focados em alta eficiência e disponibilidade decidiu focar somente nos mercado de grande GDs e GCs onde os cliente são mais seletivos. Com isso, a partir de 2021 a TBEA decidiu focar somente nos inversores a partir de 208kVA.

A empresa atualmente vende mais inversores string ou inversores centrais? Você poderia nos dar alguns números?

Para projetos de geração centralizada estão muito equivalentes, divididos em 50% cada e entregando cerca de 2,5 GW de cada solução por ano. Porém, no ano de 2022 devido à escassez de IGBT para Inversores String, muitos clientes voltaram para soluções de inversores centrais de modo a atender ao cronograma dos projetos. Para projetos de Geração Distribuída de pequeno porte, a TBEA voltará a investir em Inversores de pequena potência para atender a esta demanda que cresce exponencialmente.

No Brasil, como está dividida a venda entre inversores string e centrais? 

Conforme citamos, devido ao elevado preço dos módulos fotovoltaicos e também alta do dólar uma série de projetos que utilizaria inversores Centrais previstos para o início de 2022 foram postergados. Já temos vendidos cerca de 200MW de inversores string destinados ao mercado de Geração Distribuída e estamos em negociações finais do primeiro pacote com Inversores tipo Central no Brasil. Temos uma expectativa de fechar mais 1GW de Inversores central e string até o final de 2022, seguindo essa mesma proporção mencionada.

Você poderia nos dar alguns números sobre as vendas de inversores no mercado brasileiro?

Efetivamente devido ao elevado preço dos módulos fotovoltaicos e também alta do dólar, uma série de projetos que utilizaria inversores Centrais previstos para o início de 2022 foram postergados. Já temos vendidos cerca de 200MW de inversores string destinados ao mercado de Geração Distribuída e temos uma expectativa de fechar mais 1GW de Inversores central e string até o final de 2022.

Quais são os principais fatores que levam um desenvolvedor a escolher inversores string ou inversores centrais para a construção de grandes usinas solares?

A solução com Inversores Centrais apresenta um CAPEX mais competitivo, porém se faz necessário uma equipe de O&M mais especializada uma vez que a manutenção dos Inversores Centrais é mais complexa. Já a solução com Inversores tipo String apresenta um CAPEX mais elevado, porém não necessita de uma equipe de O&M tão especializada uma vez que o inversor tipo string é substituído em caso de falhas por um eletricista treinado. Sendo assim, clientes com foco em CAPEX tendem a aderir à solução com Inversores tipo Central e clientes que iram desenvolver e operar os projetos sem equipe de O&M robusta tendem a optar pela solução com Inversores tipo String.

Essa análise pode ser suportada pela TBEA que possui ambas as tecnologias, equivalentes em níveis de competitividade com relação aos melhores concorrentes do mercado e portanto sem uma análise com viés comercial.

O Brasil é um mercado muito diferenciado geograficamente. Como isso afeta as vendas dos inversores, em termos de logística e canais de venda?

Devido as dimensões do país precisamos tomar uma decisão para realizar as vendas próxima aos parceiros de pós venda estabelecidos, garantindo assim um tempo de atendimento mínimo razoável para a menor perda de produção de energia possível. Para as regiões mais afastadas, o desenvolvimento de distribuidores é chave para o atendimento do cliente final pois além de prover o equipamento o mesmo poderá prestar a primeira assistência. Concluindo, a decisão de atendimento geográfico ao nosso ver depende do pleno atendimento dos clientes em sua localidade.

Você acredita que a participação dos inversores string aumentará no Brasil nos próximos anos?

Pensamos que sim, uma vez que a diferença de CAPEX da solução com Inversores tipo String deve ser cada vez mais reduzida com o desenvolvimento de Inversores tipo String com potência cada vez mais elevada e portanto viabilizando a aplicação desta tecnologia cada vez mais em projetos de Geração Centralizada. É preciso também lembrar que essa situação poderá mudar com a regulamentação da utilização de sistema de baterias em conjunto com as plantas solares em um sistema híbrido, onde a princípio os inversores centrais se mostram mais simples e apropriados para carregamentos de grandes bancos de baterias.

Fonte: PV Magazine

Compartilhe!