A expectativa é de que a fábrica de geradores solares comece a operar até o final deste ano no Complexo do Pecém.
Após a assinatura de um memorando de entendimento com o Governo do Estado, assinado na manhã desta sexta-feira, 25, a catarinense Renovigi Energia Solar espera iniciar as operações de sua unidade no Ceará até o final deste ano. Segundo Gustavo Martins, presidente da Renovigi, o investimento total é de R$ 150 milhões, valor que inclui a instalação da linha de montagem (R$ 12,5 milhões), além da aquisição da matéria-prima, capital de giro, equipamentos, investimentos na distribuição, dentre outros.
O executivo diz que se não fosse pela pandemia o investimento teria sido feito ainda no ano passado. A planta será construída na região do Porto do Pecém, mas o local exato deverá ser anunciado nas próximas semanas. Segundo Martins, a definição do local depende de fatores logísticos. E o acordo assinado com o Governo do Estado prevê a redução de ICMS na importação de produtos utilizados na produção dos equipamentos fotovoltaicos.
“A escolha do Ceará foi estratégica para a Renovigi tanto pelos programas de incentivo aos renováveis deste estado como também pela infraestrutura. A unidade produtiva ficará dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, o que facilitará que a matéria-prima chegue da Ásia pelos navios que atracarão no porto. Nesta primeira etapa de instalação, produção e distribuição de materiais, estamos prevendo investimento de R$ 150 milhões”, diz Martins.
Além da infraestrutura, Martins diz que pesou na decisão pelo Ceará, os planos do Governo do Estado para o setor de energias renováveis. “Os benefícios fiscais, outros estados também tinham. A nossa opção pelo Ceará foi mais pelo plano estratégico voltado para energias renováveis e por uma questão logística. Aqui podemos receber os nossos materiais por um porto eficiente. E a localização do Ceará, que está em uma posição central, favorece a distribuição para clientes no Norte e no Nordeste”, diz.
“A gente estava na dúvida entre Pernambuco e Ceará, mas fomos atraídos por esses fatores. Agora vamos escolher a localização exata para a nossa filial e começar a operar. A gente espera que isso aconteça até o final deste ano. E que a importação dos produtos pelo Pecém comecem em 2022. Até lá, vamos trazer os produtos do Sul”, diz Martins.
‘Hidrogênio verde’ e usinas solares
Embora a planta da Renovigi tenha sido projetada para atender a demanda do segmento de geração distribuída (modalidade na qual o consumidor gera sua própria energia), Gustavo Martins diz que a empresa já está preparada para fornecer equipamentos de geração fotovoltaica para os futuros projetos de geração de hidrogênio verde. A expectativa é de que esses projetos tripliquem o potencial de geração de energia renovável no Ceará.
“Nosso projeto contempla essa possível demanda das usinas de hidrogênio verde, além de possíveis empreendimentos maiores de geração solar”, diz Gustavo Martins. “Esse é um planejamento mais para frente mas que a gente já contempla dentro da nossa empresa. A gente vai focar em fornecer para usinas”.
Produção
O projeto no Ceará estima a produção de cerca de 600 sistemas de geração por mês, o que representa 7.200 sistemas por ano. De acordo com a empresa, a comercialização dos sistemas será voltada principalmente aos estados do Nordeste, e em escala menor para o Norte. As duas regiões representam hoje 22% das vendas da companhia. A expectativa é que passem a responder por 30%. A unidade em Pecém será a terceira da empresa no país. As outras duas fábricas estão localizadas em Louveira (SP) e outra em Itajaí (SC).
A nova unidade de montagem industrial mira o potencial o crescimento dos negócios no Nordeste, onde a empresa possui 535 credenciados, que são os parceiros e integradores da empresa na venda direta aos clientes.
Fonte: Por Bruno Mota – Focus