A Thymos Energia avalia que efeitos da pandemia de coronavírus no setor solar brasileiro será pequeno e deverá resultar em atrasos e adiamentos em alguns projetos. Consultoria prevê que crise terá impacto mais relevante na atividade econômica e no consumo de energia elétrica. “O investimento em infraestrutura de geração solar é um processo que demora, envolve compra, planejamento e construção. Vai ter algum tipo de atraso, mas nada muito gritante, tanto no varejo quanto no atacado”, disse o presidente da Thymos, João Carlos Mello.
O executivo também acredita que o cenário também deverá implicar em um atraso nas definições regulatórias para o mercado de geração distribuída (GD), que passam por discussões no Congresso Nacional e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Agora o Congresso está diante de pautas mais urgentes relativas aos impactos econômicos do vírus, no âmbito fiscal e trabalhista, por exemplo. É natural que ocorra um atraso nesses temas relacionados a geração solar distribuída.”
Apesar disso, a perspectiva é de que o impasse não cause uma paralisação nos investimentos. “É um mercado de capital pulverizado, não é um setor que deve sofrer tanto. Até porque a regra atual segue valendo até que se conclua a revisão. O Brasil tem uma boa capacidade de respeitar essas normas”, destaca Mello.
Em relação ao cenário macro do setor de energia, a Thymos traçou projeções para diferentes cenários, que mostram uma redução de consumo entre 1,6% a 14%. “Analisamos 16 cenários diferentes até chegar ao grupo de hipóteses mais relevantes”, explica Alexandre Viana, sócio e diretor na Thymos Energia, “mas é preciso aguardar os resultados do atual isolamento para termos uma estimativa mais precisa”.
Segundo o estudo, no melhor caso, ou seja, no cenário otimista, o impacto anualizado do consumo seria da ordem de 1,6% em relação a 2019; no cenário moderado, seria próxima de 4%, enquanto o cenário pessimista aponta para um número de redução de cerca de 8% anualizado. Por fim, um cenário catastrófico causaria até 14% de redução.
O executivo destaca que esse impacto será sentido com maior ênfase nos próximos meses, e o ritmo de recuperação ao longo do ano pode variar. “O impacto imediato em março deve ser da ordem de 3%, acentuando-se em abril conforme os segmentos comercial e industrial reduzam fortemente as atividades”, descreve Viana. “No extremo, a redução em abril poderia chegar a 15% caso o corte de consumo nesses dois segmentos chegue a 30%, o que será em parte compensando com o aumento do consumo residencial”, complementa. O ano de 2021 pode iniciar com um patamar de carga semelhante ou inferior ao do 2020.
Fonte: Portal Solar
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