“Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”

Iniciamos nossa postagem, lembrando de uma estrofe da música de nossa saudosa Deusa do Samba Bethe Carvalho, que cantava com sua voz inesquecível “você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”.

O Senado está para votar um PL fruto de traição.

Já tratei desse tema, ele é bem recorrente em minhas postagens em virtude de realmente representar uma traição de todo um setor, formado por milhares de trabalhadores, muitos deles da mesma família, que apostaram todas as suas fichas na geração solar de energia.

Isso mesmo, entidades representativas de empresas do topo da pirâmide da cadeia produtiva da energia solar, fecharam acordo com o governo, com o órgão regulador e com as distribuidoras de energia, aceitando a taxação do sol.

Fico muito tranquilo em tratar desse assunto, pois lutei ativamente a frente da Associação Nordestina de Energia Solar pela não taxação do sol.

E alguns motivos são os seguintes:

1. A geração distribuída que é 99% por fonte solar, cresceu de forma desigual no Brasil. Cito como exemplo a região Norte que tem apenas 5% da potência total da geração distribuída brasileira.
2. Se somarmos a potência instalada dos 9 estados da região Nordeste, com os 3 estados da região Centro-Oeste, mesmo assim perde em potência para a potência instalada nos 4 estados da região Sudeste.
3. Outro caso gritante, é que se somarmos a potência instalada dos 9 estados nordestinos, empata com a potência de geração distribuída em Minas Gerais.
4. Outro ponto é que estão taxando todos os consumidores, o que é um verdadeiro absurdo, visto que, os microgeradores de energia utilizam a rede somente para entregar energia de graça para as distribuidoras de energia.
5. A geração distribuída é a única vacina que o consumidor brasileiro tem para se proteger dos constantes aumentos das tarifas de energia, que ultrapassaram em alguns estados R$ 1,00 por kWh.

Poderia continuar justificando a não taxação do sol por razões ambientais, sociais, relacionadas as mudanças climáticas, a crise hídrica, entre inúmeros outros motivos, mas, o que realmente importa é deixar registrada a traição de todo um setor que, como canta a sambista, “sempre lhe deu a mão”.

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