Frente Sul-Mato-Grossense integra Coalizão Nacional em defesa da energia solar

Com sede em Dourados (MS), a nova diretoria da Frente Sul-Mato-Grossense de Geração Distribuída anunciou que integra oficialmente a Coalizão Nacional do Movimento Solar Livre, rede de articulação interestadual que atua em defesa da geração de energia limpa, acessível e descentralizada.
A nova gestão é presidida pelo engenheiro Germano Lima Rodrigues Caires, fundador da Evo Brasil Energia, e conta com representantes de empresas atuantes em diversas regiões do estado. A eleição ocorreu no dia 11 de junho de 2025, em assembleia extraordinária online, e o mandato terá duração de dois anos.
A diretoria da Frente é composta por:
- Vice-presidente: Leonardo Freire Marques (Soltech Energia Solar);
- Secretário: Leandro Lima Barbosa (LB Energia Solar);
- Tesoureiro: Roberto Augusto da Silva Filho (AS Energy);
- Conselheiros: André Luis do Amaral (Proativa Energia Solar) e Gilberto Luis Guimarães de Paula (Sentinela).
“Ter nossa sede em Dourados não é por acaso. A cidade concentra a maior densidade de empresas do setor fotovoltaico no estado. Nossa missão é fortalecer a representação política e técnica do setor, conectar oportunidades e garantir que Mato Grosso do Sul continue sendo uma referência nacional na geração distribuída”, afirmou Germano Caires.
Segundo ele, a Frente também inicia um processo de regionalização da sua atuação, com o propósito de abrir diretórios nos principais municípios do estado. “Queremos ouvir de perto cada realidade, entender os desafios locais e construir soluções que façam sentido para cada território. A união dos municípios é fundamental para consolidar uma atuação forte, plural e comprometida com o avanço da energia solar em todo o Mato Grosso do Sul”, completou.
Conexão com o Movimento Solar Livre fortalece agenda nacional
A adesão à Coalizão Nacional representa um importante alinhamento com o MSL (Movimento Solar Livre), entidade sediada em Brasília e responsável pela articulação legislativa e regulatória do setor junto ao Congresso Nacional, ANEEL e Ministérios. O MSL lidera um processo de descentralização por meio da criação das Frentes Estaduais, como a Mineira, Paulista, Goiana e Catarinense – agora somando 17 com a entrada da Frente Sul-Mato-Grossense.
Para Hewerton Martins, presidente do Movimento Solar Livre, a atuação local é essencial para garantir os direitos do consumidor à geração da própria energia. “A Coalizão é uma ferramenta de defesa do consumidor. Estamos falando de garantir ao cidadão o acesso à energia limpa, mais barata e que reduza sua dependência das tarifas tradicionais – principalmente em momentos de crise, como nas bandeiras vermelhas. A entrada da Frente Sul-Mato-Grossense fortalece essa malha nacional que luta por segurança jurídica, desenvolvimento regional e transição energética justa”.
Plano de trabalho mira qualificação, negócios e políticas públicas
Nos próximos meses, a Frente Sul-Mato-Grossense colocará em prática um plano estruturado com quatro eixos estratégicos:
- Representatividade e articulação institucional – Reuniões com o Governo do Estado, prefeituras e agências reguladoras para propor melhorias no licenciamento, financiamento e acesso à rede;
- Capacitação técnica – Realização de workshops com IFMS, SENAI e outras instituições, além de programas de estágio e jovem aprendiz;
- Geração de negócios – Rodadas de negócios, compras coletivas para associados e aproximação com fornecedores nacionais e internacionais;
- Educação e comunicação – Campanha “MS Solar 2030” nas mídias e escolas, boletins informativos, podcasts e ações de conscientização pública.
A entidade também prepara uma missão empresarial à Intersolar South America, o maior evento do setor solar da América Latina, com apoio do Sebrae. O objetivo é levar empresários do estado para contato direto com novas tecnologias, fornecedores globais e potenciais investidores.
Mercado em expansão, desafios persistentes
Com mais de 1 GW de potência instalada em geração distribuída, Mato Grosso do Sul vive um ciclo de expansão no setor solar, impulsionado pela alta irradiação solar, incentivos fiscais e crescente demanda por soluções energéticas mais econômicas e sustentáveis. Cidades como Dourados, Campo Grande e Três Lagoas se destacam como polos de desenvolvimento.
Ainda assim, o setor enfrenta gargalos importantes, como burocracia nos processos de homologação, escassez de mão de obra especializada e necessidade de ampliar o crédito para pequenos consumidores e produtores rurais.
“Queremos deixar um legado de profissionalização, geração de emprego verde, valorização regional e protagonismo de Mato Grosso do Sul nas decisões que afetam todo o setor”, concluiU Caires.