O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) reforçou, nesta quarta-feira (14), a importância do Brasil reintroduzir o horário de verão como forma de aliviar a pressão sobre o sistema elétrico nacional.
A recomendação foi feita durante reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e divulgada pelo diretor-geral do Operador, Marcio Rea, em entrevista à Agência iNFRA.
Segundo Rea, a proposta busca principalmente deslocar a demanda de energia no chamado horário de ponta — período no fim da tarde e início da noite em que o consumo de energia aumenta de forma significativa.
Para o ONS, a volta do horário de verão é importante tecnicamente, principalmente por causa do baixo nível dos reservatórios da região Sul.
O diretor explicou que o período úmido, encerrado em abril, foi aquém do esperado – o que obrigará o país a acionar termelétricas nos próximos meses – situação que, segundo ele, preocupa, porque se não continuar chovendo e a demanda por energia continuar crescendo, o país “terá um problema”.
Rea reforçou ainda que a adoção do horário de verão é uma decisão política, que depende da avaliação do MME (Ministério de Minas e Energia) e da Presidência da República.
Contudo, ressaltou que o ONS seguirá encaminhando relatórios e dados técnicos para embasar a eventual retomada da política no país ainda em 2025.
Entenda a polêmica sobre o retorno do horário de verão
O horário de verão foi abolido em 2019, com o argumento de que a economia de energia obtida com a mudança no relógio havia se tornado irrelevante.
À época, o avanço de tecnologias mais eficientes e a alteração no perfil de consumo foram os principais argumentos usados para justificar o fim da medida.
Nos últimos anos, no entanto, especialistas e entidades do setor elétrico — como o próprio ONS — voltaram a defender a iniciativa, alegando que a medida poderia ser uma alternativa de gestão da demanda energética, principalmente em períodos de maior estresse no sistema.
A proposta voltou ao centro das discussões em 2023, quando o MME (Ministério de Minas e Energia) confirmou que encomendou estudos técnicos para avaliar os impactos da retomada da política.
As análises apontam que a mudança pode gerar benefícios não apenas em termos de economia de energia e redução do uso de termelétricas, mas também no melhor aproveitamento da geração solar.
Em outubro do ano passado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, convocou uma coletiva de imprensa para informar que o Brasil não retomaria o horário de verão em 2024, mas que a medida poderia ser adotada a partir de 2025 dependendo de novas análises. O tema, com isso, tende agora a ganhar novos capítulos nas próximas semanas.
Fonte: Canal Solar